Em 1987, Henry Mintzberg, o papa da administração, renomado acadêmico e autor de diversos livros na área, criou os ‘Cinco P’s da Estratégia’ (Plano, Manobra (Ploy), Padrão, Posição e Perspectiva) que devem ser adaptados para os cenários e situações vividas em cada empresa. Passados mais de 30 anos, esta teoria ainda é muito utilizada com objetivo de tornar o futuro de um negócio melhor e mais produtivo a longo prazo.
No entanto, em tempos de coronavírus, empresas de todo o mundo vem enfrentando enormes desafios de negócios: o colapso da demanda dos clientes, modificações regulatórias significativas, interrupções na cadeia de suprimentos, desemprego, recessão econômica e aumento da incerteza. Sendo assim, a teoria de Mintzberg que ensina como planejar e pôr em prática métodos para alcançar determinados objetivos se tornou mais abrangente e ganhou outras perspectivas.
O coronavírus teve impactos sem precedentes no mundo e os negócios devem agir hoje se quiserem se recuperar no futuro. Baseado na teoria de Mintzberg, veja abaixo o que pode ser aprendido com a crise para que sua empresa consiga sobreviver:
1. Posição: Que lugar você pode alcançar durante e após a pandemia?
Para tomar decisões estratégicas inteligentes, você deve entender a posição da sua organização em seu ambiente. Quem é você no seu mercado, qual o papel que desempenha no seu ecossistema e quem são seus principais concorrentes? Você também deve entender para onde está indo. Você pode encerrar suas operações e reabrir inalterado após a pandemia? É possível recuperar o terreno perdido? Você vai à falência ou pode emergir como um líder de mercado alimentado por desenvolvimentos durante o isolamento? As empresas diferem em sua resiliência e agora é hora de tomar medidas para mapear sua provável posição para quando a pandemia diminuir.
2. Plano: Qual é o seu plano para se recuperar?
Um plano é um curso de ação que indica o caminho para a posição que você espera alcançar. Deve abranger o que você precisa fazer hoje para alcançar seus objetivos amanhã. No contexto atual, a questão é o que você deve fazer para superar a crise e voltar aos negócios quando ela terminar. A falta de um plano só agrava a desorientação em uma situação já confusa. Ao elaborar as etapas que você pretende seguir, pense ampla e profundamente e tenha uma visão macro.
3. Perspectiva: Como sua cultura e identidade mudarão?
Perspectiva significa a maneira como uma organização vê o mundo e a si mesma e, certamente, como resultado da pandemia, existirão mudanças. É crucial considerar como sua perspectiva pode evoluir. Como sua organização estava culturalmente preparada para lidar com a crise? A situação atual unirá seus funcionários ou os separará? Eles verão a organização de maneira diferente quando isso acabar? Suas respostas informarão o que você pode alcançar quando a pandemia terminar.
4. Projetos: Quais novos projetos você precisa iniciar, executar e coordenar?
Suas respostas às perguntas acima devem indicar um conjunto de projetos para resolver seus problemas relacionados ao coronavírus. O desafio é priorizar e coordenar iniciativas que irão proteger a organização no futuro. Com muitas novas iniciativas, você pode acabar com uma guerra por recursos que atrasa ou inviabiliza sua resposta estratégica.
5. Preparo: Como você está preparado para executar seus planos e projetos?
Você precisa avaliar a preparação da sua organização. Você está pronto e é capaz de realizar projetos mesmo com a maior parte de sua equipe em trabalho remoto? Os recursos disponíveis, juntamente com a rapidez e a qualidade dos processos de tomada de decisão, variam muito, e as diferenças determinarão quem alcançará e quem ficará aquém do sucesso. Esteja ciente de que os consumidores se lembrarão de como você reagiu durante a crise. Aumentar os preços durante uma escassez, por exemplo, pode ter um efeito significativo no relacionamento com os clientes no futuro.
Texto de Guy Peixoto Neto
Guy Peixoto Neto é mentor de empreendedorismo, empreendedor com experiência na criação, expansão e reestruturação de empresas. Aos 22 anos fundou a Operalog Transportes. Também é o fundador da startup Saly, plataforma de automatização dos processos de compras. Atualmente Guy está dedicando-se ao seu novo projeto, a GPX. Uma plataforma de conteúdo voltada para pessoas que querem se transformar em empreendedores ou que já são e querem continuar evoluindo.
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