Parte 5 - O fim é só o começo
Os corpos dos expedicionários mortos ficaram jogados na mata, nas
proximidades do Rio Una do Prelado. Após alguns dias, o cheiro forte
atraiu os moradores da redondeza que procuravam caça pelo local.
Três corpos ainda estavam lá. Os outros dois sumiram. Provavelmente
comidos pelas onças da região, ou teriam eles desaparecidos por
alguma outra força maior?
Benedito Maia foi o encarregado de levar os corpos em sua canoa,
feita por ele mesmo, do tronco de um Guapuruvu.
Chegando na “Vila”, localizada em uma volta do Rio Una, tratou de
mandar o mensageiro, via Estrada do Telégrafo, para contatar as
autoridades de Peruíbe sobre o ocorrido.
Quando as autoridades chegaram na Vila, encontraram os moradores
muito debilitados, contaminados pelo vírus que habitava os corpos
dos defuntos expedicionários. Alguns deles já estavam mortos.
Crianças, jovens e mulheres. O desespero era grande e a situação
de calamidade pública. O único a ter contato com os moradores foi o
professor Mario Lochela, pois os outros afastaram-se medrosos.
A Secretaria de Saúde do Estado foi acionada. A Vila foi isolada e
nenhum morador tinha permissão para sair de lá. O contato com
outras pessoas foi proibido e por fim a vila foi dizimada.
Foi desta forma que não se ouviu mais falar do vírus na Juréia.
Mas os registros apontam que ele ainda está lá, em alguma volta do
rio e também em alguma gruta, pronto para ser despertado.
O único que poderia dar respostas sobre a mortandade foi embora do
país. O professor Mario Lochela recebeu uma proposta de trabalho e
foi trabalhar no Zaire, atual Congo, na fronteira com a República
Centro Africana. E por lá, trabalhando e vivendo entre os Rios do
Congo, Ubangi e seus afluentes, viveu o resto de sua vida.
Texto e foto: Márcio Ribeiro
Trata-se de uma obra de ficção!
Publicado na edição de dezembro do Jornal Bem-Te-Vi
O Jornal Bem-Te-Vi disponibilizou os links dos capítulos anteriores de
"Vírus da Juréia pode dizimar Peruíbe".
Confira abaixo
Parte 1: A Gruta dos sacrifícios
Parte 2: A Serra dos Itatins
Parte 3: A arte rupestre
Parte 4: A Montanha de um olho só
Postado por Márcio Ribeiro
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