Cansado de tanta frieza dos dias atuais, me enfiei em meio à mata virgem para me conectar com meus antepassados, que ali viveram por gerações, estar em um lugar onde as coisas fazem sentido e, simplesmente, para "recarregar as pilhas".
Munido com a minha câmera fotográfica, caminhei pela antiga Estrada do Telégrafo, (próximo ao Grajaúna) com o intuito de encher os pulmões de ar puro e com o desejo de ouvir algum som de pássaro que eu não conheço e, com sorte, realizar o registro de uma nova espécie.
De repente, avistei ao longe um animal que caminhava em minha direção. No primeiro momento, pensei que era um Cateto (Pecari tajacu), mas, ao fixar bem os olhos, conclui que se tratava de um Cachorro-do-mato (Cerdocyon thous) e tratei de ligar a câmera para fazer a filmagem.
Ele vinha em minha direção e não pude desviar do caminho dele, pois, no local, haviam muitas folhas secas e qualquer movimento que eu fizesse seria suficiente para espantá-lo. Preferiria que ele estivesse passado sem me ver. Veja o vídeo:
Cachorros-do-mato são comuns naquele lugar da Estação Ecológica. No Livro Juréia-Itatins: Ambiente Físico, Fauna e Flora, de Otávio A. V. Marques e Wânia Duleba, da editora Hollus (2004), há o relato de que foram avistados seis exemplares desta espécie no núcleo Grajaúna. E os que ali vivem, se alimentam principalmente do fruto dos Jerivás (Syagrus romanzoffiana) e dos caranguejos Garoçás (Ocypode quadrata).
Texto e publicação: Márcio Ribeiro
Filmagem e foto: Márcio Ribeiro
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