Pular para o conteúdo principal

Por que os tubarões atacam seres humanos?


Tubarões são, talvez, as criaturas que mais aterrorizam as pessoas em todo o mundo. Sua temível aparência, tamanho grande e seu ambiente hostil se combinam para fazê-los parecer como os protagonistas de um pesadelo. A violência súbita de um ataque de tubarão é realmente uma experiência aterrorizante para a vítima. 

Mas os tubarões são, de fato, monstros assustadores que têm preferência por carne humana?

Ainda que os ataques de tubarão possam parecer cruéis e brutais, é importante lembrar que eles não são criaturas do mal que caçam humanos constantemente. Eles são animais que obedecem seus instintos, como todos os outros. Como predadores no topo da cadeira alimentar do oceano, os tubarões são projetados para caçar e comer grandes quantidades de carne.

A dieta de um tubarão consiste em outras criaturas do mar, principalmente peixes, tartarugas marinhas, baleias, leões-marinhos e focas. Os seres humanos não estão no cardápio dos tubarões. 
De fato, os humanos não fornecem carne com gordura suficiente para os tubarões, que precisam de muita energia para movimentar seus corpos grandes e musculosos.


Se os tubarões não têm interesse em comer os humanos, por que eles nos atacam? A primeira dica vem de um padrão que a maioria dos tubarões segue. Na maioria dos ataques registrados, o tubarão morde a vítima, pára por alguns segundos (possivelmente arrastando a vítima pela água e sob a superfície), e depois a solta. 

É muito raro um tubarão fazer repetidos ataques e realmente comer uma vítima humana. O que acontece é que o tubarão confunde um ser humano com alguma coisa que ele geralmente come.

Depois que ele sente o gosto, percebe que aquela não é a comida com a qual está acostumado e solta a pessoa.A confusão do tubarão é mais fácil de compreender se enxergarmos as coisas sob o ponto de vista do animal. Muitas vítimas de ataque são surfistas ou pessoas andando de boogie boards. Um tubarão nadando embaixo d água vê grosseiramente um formato oval com braços e pernas pendentes remando ao longo da superfície. 

Isto cria uma grande semelhança com um leão-marinho (a principal presa dos grandes tubarões-brancos) ou uma tartaruga marinha (uma comida comum para os tubarões-tigres).


Filmes como "Tubarão" e relatos históricos sobre ataques (como aqueles em Nova Jersey em 1916) deram vazão ao mito do tubarão assassino. Este é aquele que decide se realmente gosta de comer seres humanos. Ele exibe um comportamento atípico, aparece fora de sua região habitual e faz ataques adicionais na mesma área durante vários dias.

É impossível afirmar que não existe absolutamente nenhum tubarão assassino: tubarões individuais podem exibir comportamentos estranhos, possivelmente porque estão doentes ou machucados. Diferentes condições do oceano podem enviar tubarões para além de seu alcance enquanto eles perseguem espécies que são suas presas.

Porém, não há nenhuma evidência que indique que os tubarões jamais "desenvolveram um gosto por carne humana". Mesmo se uma série de ataques ocorre em uma área, provavelmente diferentes tubarões são responsáveis por isso, porque eles tendem a viajar grandes distâncias em um único dia.

Isto significa que o tubarão que fez o primeiro ataque provavelmente está a centenas de quilômetros de distância do local onde o segundo ataque ocorreu.

Varrendo a área com barcos de pesca e matando tubarões horas depois de um ataque, é pouco provável conseguir capturar o tubarão específico responsável pelo ataque.                                                                         

Às vezes, o tubarão ataca porque está respondendo a uma agressão humana. Os tubarões-dormedores, por exemplo, geralmente são peixes calmos que permanecem parados no fundo do oceano. 

Por alguma razão, isto faz com que alguns mergulhadores achem uma boa ideia puxar suas caudas.  Tubarões-dormedores irritados ensinaram muitos mergulhadores a não tocá-los. 

Por esta razão, as estatísticas de ataques de tubarão são divididas entre ataques provocados e não provocados.

Mas não há motivo para pânico. A maioria dos tubarões bebê tem entre 35 e 70 centímetros e raramente chega perto da praia. Eles costumam ficar entre 3 e 15 quilômetros da costa, em uma faixa que varia entre 10 e 20 metros de profundidade. Já os adultos chegam ali apenas para procriar, e logo retornam para águas mais profundas. 

O berçário é uma área adequada para o nascimento e desenvolvimento dos filhotes, num período em que eles estão mais expostos a predação e com alimento abundante.  Entre os frequentadores da maternidade marinha de Intahaém e Peruíbe, estão duas espécies de cação-frango, que chega a 1 metro de comprimento quando adulto; duas de tubarão-galha-preta (2,5 m) e uma de tubarão-martelo (até 3 m). 

Espécies que podem atacar no litoral: CABEÇA-CHATA (Carcharhinus leucas), até 3,5 metros - TUBARÃO-TIGRE (Galeocerdo cuvier) até 5 metros.


Por Prof. Msc. Edris Queiroz
 Biólogo Marinho e responsável pelo Instituto de Biologia Marinha e Meio Ambiente (IBIMM)



Comentários

Mila Ferreira disse…
os tubarões não comem pessoas

Postagens mais visitadas deste blog

Filha conta tudo sobre a dedicada historiadora Maya Ekman

   O destino cruzou o meu caminho com o de Alice Ekman, ao vê-la saindo da loja Ideal Peruíbe com o Jornal BEM-TE-VI de baixo do braço. Quando entreguei a nova edição, ela logo elogiou o trabalho do jornal e, em seguida disse o seu nome e o de sua mãe.   Muitas pessoas a conheceram, trata-se da dona Maya Ekman, uma mulher de grande importância cultural para Peruíbe e toda Baixada Santista. Lucas Galante: Onde que ela nasceu e quando foi? Alice Ekman: Minha mãe nasceu no dia 25 de maio de 1915, em Riga, capital da Letônia, e faleceu no dia 08 de março de 1992, em Peruíbe.  LG: Quando ela veio para o Brasil? O que ela fez durante sua vida ?    AE: Ela chegou em 1923 no Brasil e a família, com outros letos fundaram a cidade de Varpa, interior de São Paulo. Maya Ekman era dotada de uma inteligência e mente prodigiosas e jamais interceptou seu caminho de estudos em sua vida. Era historiadora incansável, poetisa, esotérica, teosofista, pensadora, grande cronista, escr

Pairando pela história: Praças como monumentos

As praças contemporâneas cravadas na área central e periférica dos municípios levam nomes de datas ou pessoas importantes para a história local e até mesmo nacional e mundial. Um grande exemplo disso são as praças que ao longo do nosso país levam o nome de Melvin Jones e 15 de novembro. Melvin Jones foi o fundador do Lions Club, importante Associação de Clubes criada em 1917, cujo um dos principais objetivos é “Servir a comunidade e atender as necessidades humanas, fomentar a paz e promover a compreensão mundial.” O principal lema que Melvin Jones defendia era: "Você não pode ir muito longe enquanto não começar a fazer algo pelo próximo". Em Peruíbe, a Praça Mevin Jones está localizada na Avenida Mário Covas Júnior sem número centro, onde hoje esta Localizado o CIT (Centro de Informações Turísticas). A maioria dos municípios que possuí o Lions Club possui uma praça dedicada ao seu fundado. As praças 15 de novembro na grande maioria são referências centrais em vários mun

1° Encontro “Somos Consciência da Planta” é no dia 16 de Março em Itanhaém

O 1º Encontro da IBRACAN - 2024, intitulado "Somos Consciência da Planta" , será realizado no dia 16 de Março, em Itanhaém-SP.  O evento traz como tema central a Cannabis Terapêutica e contará com a presença de especialistas renomados em diferentes áreas relacionadas à saúde e ao direito canábico, artistas e formadores de opinião. O encontro visa promover esclarecimentos e abrir caminhos para discussões sobre a Cannabis Sativa e seu uso medicinal no Brasil. Serão abordados temas como legislação vigente, acesso legal e seguro, tratamentos atuais e o seu uso terapêutico, entre outros.  Diversas atividades estão programadas para o evento, incluindo palestras com advogadas especializadas em direito canábico, e especialistas em saúde canábica. Destaque para o médico e pesquisador Dr. Felipe Mourão , que fará uma palestra sobre tratamentos com CDB para Melhor Idade.  Além disso, haverá atrações artísticas, como intervenção circense e música ao vivo, com artistas da região, como o

Governo de SP autoriza convênios de 418 novas moradias para a população indígena da Baixada Santista e Vale do Ribeira

Tarcísio de Freitas assina contrato -  Foto: Portal do Governo SP O Governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), firmou um documento que concede aprovação a acordos entre a Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU) para construir 235 residências sem ônus para as comunidade índigenas de Mongaguá, Peruíbe e Bertioga no litoral paulista, e em Eldorado, no Vale do Ribeira. A assinatura ocorreu na última quinta-feira (7). De acordo com as informações divulgadas pelo Governo Estadual Paulista, as moradias serão construídas por meio do programa Moradia Indígena, em territórios indígenas (TIs) homologados por decreto federal e adaptados aos costumes culturais das comunidades. Cada habitação contará com dois quartos, sala, cozinha, banheiro, área de serviço e varanda. Dentre as 258 residências oferecidas pelo plano em todo o estado, serão construídas 90 habitações na TI Rio Silveira, em Bertioga; 112 na TI Piaçaguera, em Peruíbe; 23 na TI Takuari, em Eldorado e 1

Poder de Compra do Consumidor na Pandemia

Com o objetivo de mapear como a situação financeira dos consumidores foi afetada durante a pandemia da Covid-19, seu poder de compra durante esse período, assim como sua percepção sobre sua própria situação financeira, o Núcleo de Inteligência e Pesquisas da Escola de Proteção e Defesa do Consumidor do Procon-SP disponibilizou no site um questionário com 16 perguntas no período de 08/02 a 15/03/2. A pesquisa também abordou quais as expectativas dos entrevistados quanto ao seu futuro econômico e ao da economia brasileira e mundial. A pesquisa foi respondida por 5.007 pessoas, sendo que 69,76% (3.493) delas afirmaram que sua renda individual diminuiu; para 23,93% (1.198,) permaneceu inalterada e somente para 6,31% (316), houve aumento. Questionados sobre o motivo da diminuição da renda individual, 40,45% (1.413) afirmaram ter sido em decorrência da paralisação parcial ou total de suas atividades de autônomo ou empresário; 23,33% (815) apontaram a causa como sendo da redução salarial e, p